terça-feira, 22 de outubro de 2013

Taiwan luta para romper isolamento

O Estado de S.Paulo, 20/10/2013

Taiwan esforça-se para ampliar seus laços com a comunidade internacional. A China continental tem sido implacável na tarefa de isolar a ilha, que Pequim considera uma província rebelde, a ser reintegrada ao território chinês no futuro.
O governo comunista chinês pressiona para que outros países não reconheçam Taiwan. E, entre as vantagens de manter relações diplomáticas com a superpotência e com a ilha separatista, quase todos preferem a primeira opção. No caso do Brasil, por exemplo, não há relações diplomáticas formais. Em lugar de embaixadas e consulados, Taipé é representada no País por "escritórios de representação" comercial e cultural.
Os encontros de líderes taiwaneses com representantes do governo dos EUA são considerados tão importantes para o governo de Taipé que estão retratados numa exposição especial no Monumento a Chiang Kai-shek, na capital de Taiwan.
As fotos gigantescas não registram apenas encontros - esporádicos, durante reuniões de cúpulas e fóruns regionais - com presidentes americanos, mas também com funcionários graduados do Departamento de Estado de Washington.
Durante a Guerra Fria, Taiwan recebeu dos americanos e da comunidade internacional alinhada a Washington vastas somas sob a rubrica de cooperação internacional e ajuda militar. A proteção e segurança da ilha foram assumidas pelos EUA.
Na mostra do memorial em homenagem ao fundador de Taiwan, duas peças são exibidas com especial orgulho. Trata-se de dois Cadilacs fornecidos pela General Motors ao general Chiang Kai-shek.
Conservadíssimos, um foi doado ao líder por chineses das Filipinas, em 1955, e o outro, adquirido em 1972. O automóvel da GM era tido pelos dirigentes de Taiwan como um "símbolo da superioridade capitalista sobre o comunismo". / R.L.

Aliados atacam sauditas por direitos humanos

Arábia Saudita recebe duras críticas na ONU; alvos principais são desigualdades de gênero e perseguição a ativistas


Jamil Chade - Correspondente - O Estado de S.Paulo

GENEBRA - Depois de anos protegida pelo Ocidente, a Arábia Saudita foi alvo ontem de críticas ao ter sua situação de direitos humanos avaliada pela ONU. Seus principais aliados atacaram prisões arbitrárias contra ativistas, abusos dos direitos das mulheres e a situação de trabalhadores estrangeiros. Pelas novas regras da ONU, todos os países são obrigados a passar por uma sabatina no Conselho de Direitos Humanos.
O Brasil cobrou mudanças nas leis em relação às mulheres e pediu que os sauditas respeitem acordos internacionais de direitos civis e políticos. A diplomacia brasileira ainda pediu que os sauditas "alinhem" suas leis nacionais com o direito internacional em matéria de direitos humanos.
Uma dessas medidas seria "reconsiderar políticas que limitam os direitos das mulheres a agir como membros autônomos e iguais na sociedade". Outra recomendação foi a promulgação de um código penal, definindo ofensas e impondo uma moratória na execução de menores de idade.
A Grã-Bretanha também criticou a desigualdade de gêneros e pediu o fim do sistema que garante ao homem a "guarda" da mulher. Os sauditas alegaram que a sharia (lei islâmica) garante a "igualdade de tratamento" entre homens e mulheres. Segundo o governo, as mulheres são "cidadãs plenas" e podem ter propriedades e gerenciar seus negócios sem permissão de outra pessoa. Ainda assim, Londres pediu que mais mulheres ocupem cargos de autoridade e defendeu a abolição do sistema de guarda.
Representantes dos EUA, tradicionais aliados de Riad, também apontaram problemas, criticando as evidências de trabalhos forçados contra imigrantes. A Casa Branca atacou também restrições contra a liberdade de religião e a inexistência de sindicatos e ONGs. A Alemanha, por seu lado, pediu uma moratória na pena de morte. De uma população de 28 milhões de pessoas, 9 milhões são trabalhadores estrangeiros, muitos deles empregados em obras.
Medidas. Bandar bin Mohamed al-Aiban, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Arábia Saudita, indicou que novas medidas estão sendo tomadas para proteger esses trabalhadores. Isso incluiria a proibição de que eles atuem entre meio-dia e 15 horas, no verão, quando as temperaturas chegam a 50 graus.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Brasil: Urbanização (Revisão)

Êxodo rural
·         Repulsão à pobreza, concentração fundiária e mecanização rural;
·         Atração à emprego industrial (migrações inter-regionais).

Urbanização desigual
·         População urbana: 84,4% (veja tabela por regiões p.152);
·         Sudeste mais urbanizado desde 1950 (sobretudo em função das migrações inter-regionais);
·         Sul desde 1970;
·         Nordeste (migrantes para outras regiões e menos para as capitais);
·         Centro-Oeste: Brasília e êxodo rural para as capitais;
·         Norte: Belém e Manaus concentram a população.

Hierarquia urbana
·         Influência econômica e política nacional e regional;
·         Redes articuladoras de fluxos de pessoas, mercadorias, serviços, capital e informações;
·         São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília: metrópoles nacionais;
·         Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém e Manaus: metrópoles regionais;
·         Regiões metropolitanas;
·         Megalópole eixo São Paulo-Rio ainda não está completa;
·         Macrometrópole: metrópole expandida (ex: Grande São Paulo, Baixada Santista e Grande Campinas).

Problemas sociais
·         Infraestrutura urbana: transportes, habitação (segregação espacial) e saneamento;
·         Direitos sociais: assistência médica e educação públicas;
·         Violência: típicas de qualquer metrópole do mundo.   

Problemas ambientais
·         Poluição atmosférica;
·         Destinação do lixo (resíduos sólidos);
·         Poluição das águas.








Atlas do Censo 2010 - Importante base de dados da população brasileira

O ENEM certamente abordará a interpretação da dinâmica demográfica brasileira, então melhor olhar os dados.

http://censo2010.ibge.gov.br/apps/atlas/

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Tipos climáticos e formação dos climas no Brasil

Exercícios do livro
p. 339, questões 2, 3, 4 e 7.
Respostas
2 – A massa polar atlântica atua em todo o litoral brasileiro leste. No inverno, provoca chuvas frontais (frentes frias), queda de temperatura, geadas na Região Sudeste, neve na Região Sul e friagem na Região Norte e no Pantanal; a massa tropical continental é responsável por períodos quentes e secos nas áreas do interior das regiões Sudeste e Sul e na Região Centro-Oeste; a massa equatorial continental provoca instabilidade em todo o território brasileiro e chuvas diárias no verão e outono no oeste da Amazônia.
3 – a) Tropical; b) Subtropical úmido; c)Tropical de altitude; d)Equatorial; e)Tropical semiárido.
4 – 1º fator: As principais massas de ar que atuam no Nordeste chegam secas ao Sertão nordestino, após terem precipitado sua umidade em topografia acidentada (Planalto do Borborema).
2º fator: Nos anos de El Niño, o aumento da temperatura enfraquece os ventos alíseos e, portanto, a massa de ar equatorial continental perde umidade em seu deslocamento para o sertão nordestino.
7 – A: Cerrado; B: Pantanal.

Exercícios Propostos
1. Explique as causas naturais formadoras dos desertos.
Grandes elevações montanhosas bloqueiam a umidade de massas oceânicas que entram no interior do continente. As correntes marítimas frias contribuem para esse processo da seguinte maneira: com o resfriamento das águas oceânicas, a temperatura da atmosfera que entra em contato com elas diminui, o que provoca a condensação da umidade nela presente e determina precipitações em alto-mar. Em consequência disso, as brisas marinhas que sopram diariamente do mar para terra chegam ao continente destituídas de sua típica umidade, o que impede as precipitações que seriam normais na costa litorânea dessas zonas intertropicais.
2. O que diferencia o clima subtropical do tropical?
O clima tropical apresenta maiores temperaturas que o subtropical durante o ano e ocorrem em regiões de baixa latitude, no interior das zonas intertropicais. As regiões do subtropical estão localizadas em médias latitudes.
3. Quais as principais características do clima polar?
É o clima com as menores temperaturas do planeta: no inverno, ela permanece em torno de -30ºC e, no verão, a média é de 4ºC. Está presente no extremo norte do Canadá, da Rússia e do Alasca, em parte da península Escandinava e na Antártica. A umidade relativa do ar é alta entre 70% e 80%, mas a precipitação, bastante reduzida: cerca de 100 milímetros de neve acumulados ao ano.
4. Cite as regiões em que predominam os climas equatorial e desértico.
Equatorial: Norte da América do Sul, sul da América Central, região centro-ocidental da África, Sudeste Asiático e sul da Ásia Meridional.
Desértico: Oeste dos Estados Unidos, Norte do Chile, Norte da África, Sudoeste da África (Namib ou Namíbia e Kalahari), Península Arábica, Ásia Central/Leste Asiático (entre a Mongólia e a China), região centro-oeste da Austrália

domingo, 13 de outubro de 2013

Regiões desérticas




Climas - Síntese

Esta tabela é apenas um esquema sintético, é preciso estudar o texto do seu livro didático e o mapa da classificação climática do seu atlas.

                                                                    NORTE
CLIMA POLAR
Baixas temperaturas e elevada amplitude térmica, apesar de temperaturas moderadas no verão.
CLIMAS TEMPERADOS
Estações bem definidas com elevada amplitude térmica.
CLIMA MEDITERRÂNEO
Verões quentes e secos e invernos frios e chuvas moderadas.
CLIMA TROPICAL
Temperaturas elevadas e estações chuvosas no verão; durante o restante do ano a umidade é maior nas regiões litorâneas.
CLIMA SUBTROPICAL
Estações bem definidas com temperaturas amenas no inverno em relação ao Temperado.
CLIMA EQUATORIAL

Temperaturas constantes com baixa amplitude térmica, elevado índice pluviométrico.
CLIMAS DESÉRTICOS QUENTES
Elevada temperatura, elevada amplitude térmica diária. Níveis pluviométricos baixos.
CLIMA SUBTROPICAL
------------------------------------------------------
CLIMA POLAR
------------------------------------------------------

                                                                        SUL

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

População Mundial (Revisão)


·         Malthus e o Neomalthusianismo: controle da natalidade x políticas sociais.

·         Transição demográfica: países desenvolvidos já completaram, os em desenvolvimento em conclusão.



·         Estrutura etária da população: pirâmides de base estreita e topo largo à países desenvolvidos; pirâmides de base larga e topo estreito à em desenvolvimento.

·         Indicadores socioeconômicos: IDH e IPM (Indíce de Pobreza Multidimensional) que substituiu o IPH, que mede as dimensões educação, saúde e padrão de vida.

·         Movimentos populacionais: Desde o século XVIII à colonização do “Novo Mundo”; Século XX: guerras mundiais, crises econômicas e conflitos regionais; Atualmente à fluxos de trabalhadores dos países pobres para os países desenvolvidos.




quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Brasil tem mais de 201 milhões de habitantes, estima IBGE

Do UOL, em São Paulo
 29/08/2013 09h10

A população estimada do Brasil é de 201.032.714 habitantes, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes a junho deste ano. De acordo com o levantamento, há 7.085.828 habitantes a mais do que o registrado em julho de 2012. Os dados foram publicados nesta quinta-feira (29) no Diário Oficial da União.
Na resolução, o IBGE divulgou as estimativas de população para os 27 Estados mais o Distrito Federal e para os mais de cinco mil municípios do país. Os são levantados segundo estimativas dos entes da federação e dos municípios.
São Paulo é o estado mais populoso do país com 43,6 milhões de habitantes, seguido por Minas Gerais com 20,5 milhões de residentes e Rio de Janeiro com 16,3 milhões de pessoas que declaram moradoras da região.
A Bahia registra 15 milhões de habitantes, o Rio Grande do Sul 11,1 milhões e o Paraná, 10,9 milhões de residentes. Em seguida aparecem Pernambuco com 9,21 milhões de habitantes, Ceará com 8,78 milhões, Pará com 7,97 milhões, Maranhão com 6,79 milhões, Santa Catarina com 6,63 milhões e Goiás com 6,43 milhões.
Com menos de cinco milhões de habitantes, estão Paraíba (3,91 milhões), Espírito Santo (3,84 milhões), Amazonas (3,81 milhões), Rio Grande do Norte (3,37 milhões), Alagoas (3,3 milhões), Piauí (3,18 milhões), Mato Grosso (3,18 milhões), Distrito Federal (2,79 milhões), Mato Grosso do Sul (2,59 milhões), Sergipe (2,19 milhões), Rondônia (1,73 milhão) e Tocantins (1,48 milhão).
A região Norte, tem três estados com menos de 1 milhão de habitantes. Roraima é o menos populoso, com 488 mil habitantes. O Acre tem 776,5 mil habitantes e o Amapá, 735 mil.
A projeção da população tem como objetivo atender a lei 8.443, de 16 de julho de 1992, que dispõe sobre a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (TCU). A lei determina a divulgação dos números pelo governo federal para que o TCU possa, por exemplo, efetuar e fiscalizar o cálculo das quotas referentes aos fundos de participações dos Estados e municípios.
Assinada pela presidente do IBGE, Wasmália Socorro Barata Bivar, a resolução está sendo publicada em decorrência de decisão judicial. (Com Agência Brasil e Valor)


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Indústria no Brasil

Distribuição da indústria



  • Industrialização desenvolvida em vários setores: siderúrgico, mecânico-automobilístico, têxtil e petroquímico.
  • Era Vargas: formação do parque industrial brasileiro.
  • Plano de Metas JK: investimentos em infraestrutura (transportes e energia) .
  • Dinamismo industrial: setor secundário lidera na participação do PIB após a 2ª metade do séc. XX.
  • Sudeste: região industrial central > concentrada.
  • Políticas de desconcentração: incentivos fiscais e outros programas regionais.
  • Reestruturação e competitividade global: desconcentração pós década de 1990. 
  • "Desconcentração concentrada": gestão e desenvolvimento tecnológico no Centro-Sul e unidades fabris em outras regiões. 



  • Classificação industrial, segundo o IPEA:


  1. empresas inovadoras > maior geração de valor agregado;
  2. empresas de produtos padronizados > redução de custos;
  3. demais empresas > menor produtividade.


  • Região Sul: 2ª maior região industrial;
  • Centro-Oeste, Norte e Nordeste: dos incentivos estatais às novas indústrias do crescimento econômico.






terça-feira, 20 de agosto de 2013

As cidades e o processo de urbanização

  • Metade da população mundial vive em cidades.
  • Antes da Revolução Industrial: funções das cidades à política (administração e defesa) e comercial
  • Cidades modernas: filhas da revolução industrial à concentração de população e de atividades econômicas.
  • Urbanização: aumento da porcentagem de população urbana em relação à porcentagem de população rural. 

  • Urbanização desigual: nos países desenvolvidos foi gradual à infraestrutura (alto nível) / nos países em desenvolvimento foi explosiva à infraestrutura precária e distorcida (forte segregação espacial).
  • Megacidades: mais de 10 milhões de habitantes. Tendência: aumento das megacidades críticas nos países pobres.
  • Conurbação: encontro horizontal de cidades na medida em que elas se expandem.
  • Rede urbana: rede de cidades médias e grandes, formam uma região metropolitana.
  • Metrópole: 1) cidade grande principal (de influência nacional ou regional); 2) região metropolitana (ex: Grande São Paulo).
  • Megalópole: extensa mancha urbana conurbada com centenas de quilômetros à polarizada por cidades principais e mais influentes na região conturbada (ex: Boswash, de Boston à Washington, passando por NYC). 



  • Cidades Globais: concentram atividades econômicas das redes globais à sedes de empresas transnacionais, polos financeiros mundiais, serviços  especializados (objetos tecnocientíficos), centros de importantes decisões políticas e referência em cultura cosmopolita.
  • Terciarização: concentração de empregos e atividades no setor terciário nas regiões metropolitanas.

Governo põe país no rumo da forca do livre comércio

A espantosa candidatura do embaixador brasileiro em Genebra, Roberto Carvalho de Azevedo, ao posto de secretário geral da OMC é o equivalente a construir uma arapuca e meter-se voluntariamente dentro dela.
J. Carlos de Assis
12/03/2013 – Carta Maior

Desde o aborto provocado do acordo da Alca, o Brasil jamais esteve ao ponto de sacrificar tantos interesses econômicos específicos e perspectivas concretas de avançar no seu processo de desenvolvimento do que com a espantosa candidatura de seu embaixador em Genebra, Roberto Carvalho de Azevedo, ao posto de secretário geral da OMC-Organização Mundial do Comércio. É o equivalente a construir uma arapuca e meter-se voluntariamente dentro dela.
             Para os que não estão familiarizados com o tema, a OMC é o órgão supremo de promoção e doutrinação do livre comércio no mundo. O instrumento para isso é o rebaixamento generalizado de barreiras tarifárias ou não tarifárias, reduzindo ou eliminando a proteção à indústria nacional. Por certo que isso pode justificar-se entre países com estruturas produtivas e tecnológicas similares. Para os tecnologicamente atrasados é um desastre anunciado de produção, emprego qualificado e renda.
            A Alca pretendia ser um tratado de livre comércio entre os países das Américas, fechando o cerco sobre o México iniciado com o Nafta (América do Norte). Foi abortado pelo sábio instinto de preservação do presidente Lula, sob o conselho criterioso do ministro Celso Amorim e do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, então secretário geral do Itamarati. Imaginem, só por um instante, o que seria da estrutura industrial brasileira se produtos manufaturados norte-americanos viessem a entrar aqui sem proteção tarifária!
            A despeito da obviedade – não estamos preparados tecnologicamente para o livre comércio –, não foi uma decisão fácil. O então ministro da Fazenda, Antônio Palocci, não só era favorável à Alca, como se propôs chefiar um grupo de trabalho para acelerar as negociações com vistas a destravar o processo. Disse isso ao secretário do Comércio norte-americano e ao embaixador dos Estados Unidos na presença de Lula, mas o presidente se manteve mudo, até decidir o contrário.
            Agora, não se sabe de quem partiu a iniciativa da candidatura do Brasil à Secretaria Geral da OMC. Pelo que soube, o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, foi tomado de surpresa. Sabe-se também que o assessor especial Marco Aurélio Garcia não se mostrou favorável à ideia. Tudo indica que a decisão veio de fora, talvez da parte do próprio embaixador Azevedo buscando apoio junto a figuras ministeriais próximas da presidenta Dilma e alguns senadores.
            Vejamos agora o significado exato disso do ponto de vista político. O Brasil, representado por Azevedo, tem tido um posição ambígua na OMC. Atende principalmente ao lobby do agronegócio postulando a redução das barreiras agrícolas dos Estados Unidos e da União Europeia, sinalizando, em troca, com concessões de significado econômico muito maior. Estamos colocando como moeda de troca, nessa negociação, a liberação para concorrentes internacionais das compras governamentais, da área de serviços e das tarifas em áreas consideradas estratégicas para a produção interna (tarifa de até 35%, como a recentemente adotada pelo governo para uma lista de 100 produtos industriais).

            Os Estados Unidos, por proposta do presidente Obama, abriram um processo de negociação de livre comércio com a União Europeia. É natural que a Europa aceite isso, pois, embora tenha uma defasagem tecnológica com os Estados Unidos, ela não é tão grande ao ponto de inviabilizar a concorrência com produtos norte-americanos. Entretanto, o Brasil já é grande o suficiente para aparecer como um mercado apetitoso. E é nesse contexto que a candidatura Azevedo surge como uma quinta coluna para nos forçar ao livre comércio.
            Os outros candidatos são Gana, Costa Rica, Quênia, Jordânia, Indonésia, Nova Zelândia, Coreia do Sul e México. Os quatro primeiros são irrelevantes e os demais são economias emergentes que não oferecem grandes mercados. Calculem quem é mais interessante para os Estados Unidos e a Europa? Um secretário geral da OMC tem o dever de ofício de defender a doutrina livre-cambista, uma vez que isso está cristalizado na estrutura da instituição. E seria muito difícil para o Governo brasileiro, que pelo simples gesto de sancionar a candidatura adere indiretamente ao livre-cambismo, não seguir a linha ditada pelo seu embaixador.
            A propósito do livre-cambismo, leiam o coreano Ha-Joon Chang, em seu “Chutando a Escada”. Vou resumir: todos os países hoje desenvolvidos, sem exceção, foram protecionistas em sua fase de decolagem. E todos os países que se tornaram desenvolvidos com sistemas de proteção à produção interna tornaram-se depois disso livre-cambistas!



Mais um: a importância da Venezuela no Mercosul



Do sítio Carta Maior 
Mais um: a importância da Venezuela no Mercosul
A relevância do ingresso da Venezuela só pode ser ignorada pelos mesmos que minimizaram o acordo inicial de integração Argentina-Brasil. Desde então, o Mercosul, com tensões, diferenças e cooperação, adquiriu um papel destacado no novo mapa da economia mundial. A incorporação da Venezuela tem a mesma importância histórica da Declaração de Foz de Iguaçu, que deixou para trás as rivalidades para passar a um marco de confiança e colaboração entre as duas maiores economias da América Latina. O artigo é de Alfredo Zaiat, do Página/12.
Data: 06/08/2012
Buenos Aires - A Venezuela é a quarta potência da América do Sul. Tem uma população de 30 milhões de habitantes. Em 2011, o PIB foi de 342 bilhões de dólares, o que significa um produto per capita de 11.400 dólares, um dos mais altos da região. Nesse mesmo ano, o saldo comercial positivo somou 46 bilhões de dólares, obtido fundamentalmente pelas exportações de petróleo. Com os recursos da Faixa do Orinoco, é o país com maiores reservas comprovadas de hidrocarburetos líquidos pesados e extra-pesados do mundo. 
Durante quase seis meses, distintos bloqueios nos congressos de Brasil, Uruguai e Paraguai impediram a concretização do ingresso da Venezuela no Mercosul. O último bastião de resistência era o Senado do Paraguai. O golpe parlamentar contra o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, resultou na suspensão dos guaranis do bloco e terminou assim facilitando a incorporação da Venezuela.

O novo sócio no Mercosul mostra que o bloco não está agonizando, como desejam os setores conservadores que amplificam qualquer diferença comercial entre os sócios. Pelo contrário, a incorporação da Venezuela é um dos fatos mais relevantes desde a constituição dessa união. Em muitas ocasiões, algumas decisões político-econômicas não recebem a devida importância por contaminação da lógica de curto prazo, mas o transcorrer do tempo coloca em perspectiva medidas que terminam mudando o desenrolar dos acontecimentos. 

É necessário remontar 27 anos e analisar o trajeto percorrido desde o abraço dos presidentes da Argentina e do Brasil, Raúl Alfonsín e José Sarney, em Foz de Iguaçú, no dia 30 de novembro de 1985, assinando o acordo de integração de ambos os países. Foi o primeiro passo para a posterior criação do Mercosul, com a assinatura do Tratado de Assunção, em 26 de março de 1991. Este processo dinâmico nos convida a avaliar que as portas que se abrem com vocação de integração regional são muito mais atraentes que as que convidam os países, de forma individual, a ingressar em acordos de livre comércio com potências econômicas.

Os economistas Alejandro Robba, Agustín D’Attellis e Emiliano Colombo elaboraram um informe ilustrativo sobre as mudanças que o ingresso da Venezuela provocará no Mercosul. O PIB em dólares do bloco aumentará 11% com a soma da Venezuela, levando o seu valor total dos 2,96 trilhões atuais para 3,28 trilhões de dólares. A população total do Mercosul, que era de aproximadamente 245 milhões de pessoas, passa a totalizar cerca de 275 milhões de pessoas com o ingresso da Venezuela. Ou seja, o país caribenho aporta 12% a mais de pessoas, três vezes a população de Paraguai e Uruguai juntos. O volume do comércio exterior do Mercosul nos últimos anos vem crescendo a uma taxa média de 20% por ano, com as exportações totais subindo 28% em 2011 (em relação a 2010) e 232% (em relação a 2003). As importações, por sua vez, cresceram 23,6% em 2011 em relação ao ano anterior e 383% em relação a 2003.

A Venezuela deve ampliar o tamanho das exportações do Mercosul em cerca de 20% (92 bilhões de dólares), além do aporte em termos de PIB (11%). A estrutura das exportações venezuelanas está dominada quase de forma completa pelo petróleo, absorvendo 95% do total dessas transações. As importações da Venezuela se expandiram a uma taxa de 20% em 2011, representando 46 bilhões de dólares, o que significa 12% de todas as importações do Mercosul. “A oportunidade de comércio para os países cresce notavelmente já que a Venezuela apresenta-se agora como o terceiro mercado em tamanho de importância no Mercosul”, afirmam Robba, D’Attellis e Colombo.
A relevância do ingresso da Venezuela só pode ser ignorada pelos mesmos que minimizaram o acordo inicial de integração Argentina-Brasil. Desde então, o Mercosul, com tensões, diferenças e cooperação, adquiriu um papel destacado no novo mapa da economia mundial. A incorporação da Venezuela tem a mesma importância histórica da Declaração de Foz de Iguaçu, que deixou para trás as rivalidades para passar a um marco de confiança e colaboração entre as duas maiores economias da América Latina.
Em um mundo onde as potências econômicas convivem com descalabros financeiros, estagnação, precariedade social e trabalhista, restrições de direitos de trabalhadores e aposentados e perda de legitimidade política de governos submetidos a ajustes recessivos, a ampliação do Mercosul é um avanço substancial para enfrentar com melhores ferramentas o novo cenário global.
A ortodoxia rechaça essa possibilidade, não só porque está subordinada aos interesses dos Estados Unidos que combatem Hugo Chávez. Faz isso, fundamentalmente, por uma questão conceitual que postula a integração passiva à economia mundial. Sustenta que as economias nacionais são segmentos do mercado mundial, o qual determina a destinação dos recursos, a distribuição da renda e a posição de cada uma delas na divisão internacional do trabalho, nas correntes financeiras, nas cadeias transnacionais de valor e na criação e gestão do progresso técnico. Daí deriva a proposta de política econômica baseada na abertura incondicional ao mercado mundial, a especialização na exportação de matérias primas, a redução do Estado à mínima expressão e o abandono de toda pretensão de construir projetos nacionais de desenvolvimento.
As contribuições de Raúl Prebisch, desde a Cepal, foram essenciais na construção de uma nova visão da problemática latino-americana nas décadas de 50 e 60. Prebisch escreveu em “Capitalismo periférico, crise e transformação” que “se as perspectivas dos centros não são auspiciosas para o intercâmbio com a periferia, por que seguir desperdiçando o considerável potencial do comércio recíproco? É razoável seguir insistindo em uma liberalização do intercâmbio com os centros quando apenas conseguimos liberalizar timidamente o intercâmbio entre países da periferia?”.

O bloco regional tem problemas e debilidades, teve conflitos e especulações, e seguirá tendo. Apesar dessas restrições, o Mercosul é uma ferramenta poderosa da América latina para disputar em um mundo aberto, globalizado, dominado por blocos econômicos regionais. Isso não significa que não haja desafios complexos pela frente. A incorporação da Venezuela alterará a dinâmica atual de funcionamento do Mercosul onde dois grandes (Argentina e Brasil) discutem com intensidade seus temas bilaterais de comércio, enquanto os dois irmãos menores (Uruguai e Paraguai) são espectadores dessa contenda. Aparecerá agora um terceiro que não é tão grande, mas tampouco tão pequeno, e que tem um poder nada desprezível ao contar com um recurso estratégico como o petróleo.

As negociações serão distintas. Se é certo que Argentina e Brasil seguirão tendo um peso relevante na estrutura de poder na América Latina, ela já não será tão fechada e passará a ser necessariamente um pouco mais flexível e, portanto, dará ainda maior vitalidade ao mais importante bloco de integração regional.

Tradução: Katarina Peixoto

Texto original:
http://www.pagina12.com.ar/diario/economia/2-200384-2012-08-05.html

Indústria chinesa


  • Política de liberalização e abertura econômica lançada em 1978 abriu o país para os investimentos estrangeiros.
  • Mão-de-obra barata e abundante > redução dos custos produtivos > plataforma de exportação. 
  • Zonas Econômicas Especiais: enclaves econômicos internacionalizados > indústrias estrangeiras se beneficiam de legislação especial (benefícios fiscais, desburocratização). 
  • Infraestrutura energética, industrial de base e de transportes crescente impulsiona o desenvolvimento industrial na faixa leste do território chinês. 
  • Deslocamento populacional para o leste > polos urbano-industriais. 


Indústria da União Europeia e da CEI

União Europeia

  • Recursos energéticos e matéria prima > indústrias de base > Revoluções industriais do século XIX.
  • Busca pela integração desde o final da 2ªGuerra > Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA).
  • Desenvolvimento das indústrias nacionais antes do projeto de integração. 
  • Alemanha: complexo industrial do vale dos rios Reno-Ruhr > destaque para indústria mecânica, química e eletrônica.
  • França: centro-norte, Paris e Alsácia-Lorena (nordeste) e Lion > indústria mecânica, química e eletrônica.
  • Grã-Bretanha: desconcentração das regiões tradicionais da região central e do norte (Escócia) > novas regiões próximo a Londres e no exterior. 
  • Itália: indústria mecânicas e de tecnologia > norte, Turim, Milão e Gênova.
  • Reorganização do espaço industrial após a UE: fusão de empresas, deslocamentos e ampliação da desconcentração. 

Comunidade dos Estados Independentes
  • Antiga URSS: controle estatal fundado no planejamento centralizado.
  • Estratégias não associadas aos fatores do mercado (competição) e sim às escolhas políticas. 
  • Regiões industriais dispersas: Montes Urais, Ásia Central e Sibéria ocidental.
  • Oferta de recursos energéticos: petróleo, gás natural e carvão.
  • Infraestrutura de base (pesada) consolidada no período soviético.
  • Indústria de bens de consumo: em recuperação da defasagem tecnológica.
  • CEI na economia de mercado: investimentos das transnacionais da Europa ocidental. 

Indústria japonesa


  • Concentração industrial na Costa do Pacífico, desde de o final do século XIX.
  • Siderurgia e infraestrutura portuária.
  • Recursos e matéria prima do exterior.
  • Reconstrução pós-guerra e regiões tradicionais: bens de consumo > metrópoles.
  • Desconcentração: aumento do custo de produção > deslocamento para o exterior.
  • Reestruturação produtiva e investimento externo > bacia do Pacífico. 
  • Tecnopolos fora das regiões tradicionais. 

domingo, 18 de agosto de 2013

ÁSIA Diversidade regional e divisão em sub-regiões

Sudeste Asiático
  • Península da Indochina e arquipélagos de relevo baixo e clima tropical e equatorial.
  • Maior parte da população vive na zona rural e apenas 39% na zona urbana.
  • Países em crescimento econômico e modernização, embora ainda apresentem IDH baixo.


Oriente Médio
  • Região semiárida e desértica cuja maior parte do território é rica em petróleo.
  • Primeiras civilizações.
  • Países de maioria muçulmana, exceto Israel, onde predomina o judaísmo.
  • Jerusalém é importante para judeus, muçulmanos e cristãos, mas é controlada politicamente por Israel. 

Dubai (imagem esq.) e Jerusalém (imagem abaixo).

Leste Asiático
  • Região economicamente mais importante do continente: países mais industrializados à Japão, China e Coreia do Sul.
  • Região muito populosa, com mais de 1,5 milhões de habitantes (1,3 milhões da China).
  • Crescimento econômico e elevada expectativa de vida (82 anos): Japão e Hong Kong (China).

Ásia Central e Meridional
  • Ásia Central: ex-repúblicas da antiga União Soviética.
  • Região com países pobres e conflituosos.
  • Índia: pobreza e riqueza.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Indústria nos Estados Unidos

Estados Unidos
  • Concentração no Nordeste e Norte (região dos Grandes Lagos) > Manufacturing Belt > principais indústrias: siderúrgica e mecânica.
  • Desconcentração em direção ao Sul e Oeste > Sun Belt > química, metalúrgica não-ferrosa, aeroespacial, siderúrgica e mecânica.
  • Vale do Silício (bacia de São Francisco) : indústrias de tecnologia > eletrônicos e informática > Tecnopolo > Stanford University. 




terça-feira, 6 de agosto de 2013

Os blocos econômicos internacionais e regionais

·         A disputa pelo mercado global regionalizou-se.

·         Formas de integração econômica: zona de livre-comércio, união aduaneira, mercado comum e união monetária.

·         Os grandes blocos: União Europeia, Mercosul, Nafta e Apec.

·         União Europeia: Benelux (1944) à Mercado Comum Europeu (1957) à União Europeia (Tratado de Maastricht, 1992) à 27 países em 2006 à união econômica e monetária.

·         Mercosul: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai (1994) e Venezuela (2012) à união aduaneira.

·         Nafta (North American Free Trade Agreement, 1994): EUA, Canadá e México à zona de livre-comércio.

·         Apec: bloco amplo (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico, 1993) à zona de livre comércio em formação.



Atmosfera, energia solar e movimentos da Terra


 Camadas da atmosfera


o   Troposfera: maior parte dos fenômenos meteorológicos.

o   Estratosfera: ar rarefeito e variação da temperatura até o “topo” dessa camada; Camada do Ozônio.

o   Mesosfera: temperatura volta a diminuir.
  
o   Termosfera (Ionosfera): meteoros se desintegram; aurora boreal/austral (polares) ß tempestades magnéticas solares = ventos solares (partículas magnetizadas) + campo magnético da Terra = exposições de luzes coloridas.

o   Exosfera: sem oxigênio, presença de hélio e hidrogênio; temperaturas muito elevadas.

Ø   Energia solar

o    Boa parte da energia solar é refletida para o espaço à processo de aquecimento das terras emersas, dos oceanos e da atmosfera.

o    Movimento de rotação: aproximadamente 24 horas; Terra: 360 graus / 24 horas = 15 graus ß fuso horário.
(Fig. 19.4 – p.260)

o    Movimento de translação: 365 dias e 6 horas; Solstícios (verão/inverno) e Equinócios (primavera/outono) à os “primeiros dias”.
(Fig. 19.6 – p.261)





Economia e Comércio Mundial

Comércio desigual e regionalização na economia global
Inserção desigual dos países na economia mundial:
 Países desenvolvidos: países industrializados centrais (industrialização clássica).
 G7( EUA, ALE, JAP, RUN, FRA, ITA e CAN).
 Países emergentes ou em desenvolvimento [semi-periféricos] (industrialização tardia) > Brasil, México, Argentina, Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura, entre outros..);
 BRICS: emergentes estreitam laços comerciais.
o Destaque para a China.
 Países periféricos: industrialização fraca e exportadores de commodities.
Trata-se de uma classificação baseada na atual divisão internacional do trabalho – DIT.

Sistema econômico (monetário) internacional
Conferência de Bretton Woods (1944);
Substituição do padrão-ouro para o padrão dólar-ouro
 EUA exerce predomínio econômico;
Criação do FMI > transformou-se num organismo que empresta recursos para países em dificuldade;
Criação do Banco Mundial (1945) > empréstimos para reconstrução da Europa e hoje, para países emergentes e pobres. (O Bird pertence ao Banco Mundial);
Os EUA (1971), com o déficit comercial não garante mais o padrão dólar-ouro;
Globalização financeira (anos 1970 e 1980): crises econômicas, especulação, ajustes em políticas econômicas de países ricos e pobres > “Entra em cena” o neoliberalismo.

Fluxos do comércio mundial
A globalização impulsionou o comércio mundial;
O comércio mundial é muito desigual;
A produção do mundo globalizado exige uma lógica de desigualdade porque funciona com base na exploração (localizações vantajosas para redução de custos);